quinta-feira, novembro 29, 2012

Decisão



Andei pensando e me precipitando demais.
Sofri e pensei que não teria fim. E desde então, minhas noites em claro se intensificaram em textos rabiscados e joelhos postos no chão, em puro contato com papai do céu.

Achei que nada iria melhorar, quanto mais pedi para que aquilo se fosse, mas coisas ruins aconteciam. Mas finalmente chegou o momento em que percebi que devo deixar tudo isso para trás, vi que tudo aquilo que parecia sem sentido tinha um motivo e faltava apenas enxergar o que aquilo queria dizer e abrir a mente.

Percebi algo que já era batido para muitos e podemos até saber que aquilo acontece, mas é aquela velha história 'só se sabe quando passa'. Cada um tem o direito de fazer suas escolhas, sejam elas as melhores ou piores, cada qual tem uma concepção de vida, e a minha diz respeito apenas a mim  mesma.

Aprendi que não devo mudar por ninguém, e sim fazer escolhas para o meu próprio bem, se alguém agradar-se de mim, que seja do jeito que sou. As mudanças acontecem, mas toda mudança natural é aquela que não provém de planejamento, mas que acontece graças a experiencias vividas, tenham sido elas, boas ou ruins. Mudar todo mundo muda, basta saber se é para melhor ou pior. A escolha é sua.

Inúmeras foram as vezes que reclamei das más coisas que tanto aconteceram nesse último ano, mas se não fossem esses acontecimentos, não teria aprendido tanto como aprendi. Depois de tanto tempo com aquele peso em mim mesma, me senti livre, não me senti só. A felicidade não bate na porta várias vezes, quando se quer, vai-se a luta, é hora de acabar com esse jogo de esperar sentada, porque cansa.

"Deus não dá um fardo maior do que podemos carregar"


Natália Luciene



terça-feira, novembro 20, 2012

Cansei

Sabe aquela vontade de sumir?

 "Mentir pra si mesmo, é sempre a pior mentira"

Tenho certeza absoluta de que não sou a única que sinto/senti isso.
Eu vivia a andar, e sempre querer mais do que eu poderia ter. E por incrível que pareça, parte de mim gostava daquilo, daquela rotina. Foi então que o tempo passou, e começou a mostrar que tudo aquilo parecia estranho, e a partir daí, vi que não era nada disso que queria pra mim, e que juntando tudo, não resumia nada.E diante de todo aquele resumo que  parecia não dar em nada, surge duas únicas coisas: cansaço e angústia.
E não havia nenhuma parte de mim que deseja ambos, mas contra minha própria vontade, existiam os dois, que traziam a tona ( o medo, a falta de coragem, a dor, o sofrimento, a decepção, o querer e a vontade).
Sempre fui de ajudar as pessoas com seus respectivos sentimentos (amigas), mas quando abri os olhos pra toda minha situação, ganhei um brinde de mil e um motivos não bons e algumas feridas, que me parecem incuráveis até que tudo mude, e até que eu molde toda essa situação, e reverta tudo ao meu favor.
Uma zé ninguém seria a palavra correta para definir-me. É lamentável olhar-me no espelho e encontrar tanta insegurança em si mesma. Em imaginar que aquela garota que por inúmeras vezes se mostrou forte o suficiente para um dia não se abalar como agora. É estranhamente difícil responder aquela velha pergunta do "oi, tudo bem? como você tá?" com um "estou bem". E como a maioria das vezes é virtualmente, se torna menos difícil por não ter que olhar nos olhos de ninguém.
Uns irão me julgar, mas eu não estou nem ai, pouco me importa nesse momento isso. Foi de tanto me importar com os outros, em querer ajudar e esquecer de mim mesma, e dos meus próprios sentimentos, que esse estrondo para mim, melhor dizendo, para minha vida, aconteceu.
A palavra esperar se tornou um hábito para meus objetivos e a vontade de superar-me. Cansei de ser esse poço sem fundo, que guarda e senti tanta coisa, para nunca sair nada. Não faço a mínima ideia de como me acharei, e mesmo que essa dor exale em meu peito, um dia realizarei o desejo de bater palmas para mim mesma e dizer: 'Eu tentei, eu superei, eu consegui.'


Natália Luciene

sábado, novembro 10, 2012

A impontualidade do amor




Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. 

Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? 

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. 

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. 

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito. 

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.


Martha Medeiros

quarta-feira, novembro 07, 2012

Coragem



Há poucos dias atrás tomei uma decisão na qual pode mudar minha vida, aos poucos, mais pode torna-la melhor. E dias antes dessa decisão, eu andava fraca, não fisicamente, mas por dentro e não aguentava mais responder um: "estou bem" para não ter que falar dos meus sentimentos, para não fazer com que eu sofresse mais. Mas sempre há um momento que se cansa daquele sofrimento monótomo, daquela coisa que cansa e parece não ter fim.

E nesse tempo, pensei em fazer uma postagem sobre tudo isso. Mas, parte de mim queria desabafar em forma de texto, e outra parte desabar em lágrimas, e infelizmente as lágrimas foram mais fortes. Mas hoje, assisti um filme que me fez repensar tudo isso, toda essa questão de sentimentos, baixo astral. Me fez mais do que tudo querer obter uma superação, além do mais, reavivou minha fé.

Decidi por mim mesma deixar todos os medos para trás.Que minhas angustias e pessimismo, estariam abaixo da minha vontade de querer o melhor, que minha fé, me levará longe.
E a partir do momento que desejei isso, estava ciente de que isso não será uma simples tarefa, fácil de ser cumprida. Mas bateu em mim duas coisas que eu chamo de: força de vontade e coragem. 

Força de vontade: "é uma força extra que você tem de ter para conseguir algo."
Coragem: “é a habilidade de confrontar o medo, a dor, o perigo, a incerteza ou a intimidação.”

Mais afinal, o que fazer com elas?
Adota-las para mim com se fossem um objeto muito especial, porém são sentimentos e vontades, que quero/preciso que andem comigo vinte e quatro horas por dia. Agora, cem por cento de mim é vontade, de que o que foi citado acima, realmente possa adquirir a minha vida, mesmo que seja aos poucos, devagar se vai ao longe.

A decisão está tomada. 
E agora não é mais questão de esperar.
É agir.

"A fase de espera acabou, inicia-se a partir daqui, a segunda fase, as atitudes."


O filme do qual falei no texto: Corajosos


Natália Luciene


terça-feira, novembro 06, 2012

Definitivo




Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. 

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os 
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Por que sofremos tanto por amor? 
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma 
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez 
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um 
verso: 


Se iludindo menos e vivendo mais!!! 
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida 
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do 
sofrimento,perdemos também a felicidade. 


A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional...



Carlos Drummond de Andrade